Giuseppe Antonio Landi, o Bibiena do Equador - A Medida do Eldorado. A vida e as proezas dos emiliano-romanholos pelas Américas
 
Giuseppe Antonio LANDI o Bibiena do Equador
  1. Voltar à página inicial
  2. Ir para o mapa do site
  3. Versione Italiana
Não te admirais, oh Estudioso de Arquitetura, que aos egrégios modelos dos tantos claríssimos mestres, que aqui te apresento, eu acrescentei alguns meus, porque eu o fiz, não certamente porque eu penso que seja digno de tal comparação, nem que possam ajudar-te, mas para que tu vejas, que aquela estrada, que aos outros indico, aquela é a que eu procuro, e que eu julgo a melhor. Assim, soubesse eu por ela avançar-me, mas não tendo para isso bastante força, gozarei ao ver que tu o farás, onde possa esperar-se, a mercê dos teus estudos, que a Arquitetura abrigue finalmente à antiga gloria. Vive feliz. (Dedicatória de Antonio Giuseppe Landi aos estudiosos de arquitetura em: Disegni di architettura tratti per lo più da fabbriche antiche ed intagliate da Giuseppe Landi)
 
Projetos executados em Bolonha
Iniciar ao conteúdo da página
Você está em: Home » Biografia » A vida nova no Pará

A vida nova no Pará

Em Belém novas dificuldades obrigam a transferência da viagem da comissão portuguesa para Mariuá, a futura Barcelos, o lugar escolhido para o encontro com os espanhóis, onde chegam, enfim, somente dia 18 de dezembro de 1754. A permanência em Mariuá permite ao Governador de conhecer melhor os membros da Comissão, pelos quais nutre bem pouca estima. Somente Landi não se abstém de trabalhar naquelas zonas quente-úmidas que debilitam os outros europeus.

Para evitar a ociosidade dos “engenheiros”, como eram chamados os membros da Comissão, o Governador do Pará, Mendonça Furtado, os ocupa com vários tipos de trabalhos. Nos dois anos que passa em Mariuá a espera da Comissão espanhola, Landi se preocupa, como um verdadeiro naturalista,. em reproduzir desenhando e catalogando a flora e a fauna local, descrevendo o habitat e ajudando, contemporaneamente, padre Brunelli na exploração do céu. Se sobressai, porém, como desenhista de arquiteturas. Alguns dos seus desenhos de sepulcros, em forma de pequenos templos dóricos, são enviados ao Bispo do Pará que permitiu a realização na capela de Santana na igreja de Barcelos; projeta o pelourinho (coluna onde eram colocados os condenados ao público vitupério), a igreja e a sede municipal de Borba-a-Nova.

O seu espírito empreendedor agrada o Governador que o escolhe como primeiro habitante branco da vila de Borba-a-Nova, onde em 1756 o presenteia com uma casa para si e sua futura mulher.
Landi, de fato casa com a filha do Alferes de Infantaria e Capitão Mor João Baptista de Oliveira da Vila de Gurupá, proprietário de uma grande fazenda, mas o casamento não durará muito a causa da morte da esposa.
Tem inicio assim o trabalho de Landi na Amazônia tornando-se em breve tempo o arquiteto oficial da administração portuguesa no Pará.

Landi é também o diretor das festas na cidade colonial. Ali, entre fogos de artifício e máquinas teatrais, enfeites das igrejas e fantasiosas decorações, mistura as ilusões cênicas bolonhêsas com as tradições indígenas. Chega até a celebrar o dia de S. Bartolomeu, em plena Amazônia com uma bolonhesissma festa da “porqueta”.
Em 1757 faz uma primeira visita de controle na Igreja da Sé, a catedral em construção, que será depois concluída por ele. No mesmo ano é roubado durante a revolta dos soldados destacados na capitania do Rio Negro.

O ano de 1759 é afortunado. Desenha as fachadas de três igrejas para as vilas de Cametá, Gurupá e Igarapé-Mirim, dirige uma olaria que produz telhas, tijolos, jarros e tigelas de barro, todos os produtos que não se encontravam mais no mercado depois da expulsão dos Jesuítas. Depois organiza a festa em homenagem ao casamento dos príncipes D. Maria Francisca e D. Pedro III, futuro rei de Portugal. Assim, quando em 1761 o Tratado do Prado estabelece a desmobilização da Comissão, a Corte Portuguesa reclama o retorno de Landi a Lisboa, no entanto o governador do Pará faz de tudo para que permaneça, combinando até um novo casamento com a filha de um grande proprietário de terras, João de Souza Azevedo, e envolvendo-o em uma série de trabalhos em curso.

Enquanto espera a resposta, Landi projeta o Armazém das Armas e trabalha na futura catedral, desenhando o retábulo do Santissimo, dirige a reconstrução da Igreja de Santana, assume índios para recolher fruta e espécies para mandar para Lisboa. Em 1762 dirige a reconstrução da igreja do Carmo, inicia a construção da capela de Santa Rita e do Oratório do Cárcere de Belém.

Somente em 1763 chega a autorização da Corte à permanência de Landi no Pará. Landi fixará a sua moradia na cidade de Belém por trinta e oito anos integrando-se perfeitamente com a sociedade local e tendo ótimas relações seja com as autoridades civis e militares, com as hierarquias religiosas, que com os ricos empresários e comerciantes. Landi agora está casado com a filha do Sargento Maior Prático João de Sousa de Azevedo proprietário de feitorias de cravo e cacau e de uma fábrica de anil.

Em 1766 recebe a patente de Capitão de Infantaria de um dos regimentos do Pará. Adquire a fazenda e o engenho de açúcar Murutucú e logo a seguir a vizinha fazenda do Utinga, ambas em Belém, plantando cana de açúcar que era trabalhada no engenho usando uma mão de obra de 70 empregados. Na fazenda do Murutucú construirá também uma olaria para a produção de telhas e tijolos.

Entre 1768 e 1772 segue a construção do Palácio dos Governadores. O recenseamento das famílias da Capitania do Pará, efetuado em 1778, releva que sua família é composta por 51 pessoas. Nesta data Landi resulta viúvo com uma filha de menor idade, Ana Teresa de Souza de Azevedo Landi, duas pessoas empregadas como domésticas (um homem e uma mulher) e 47 escravos dos quais 23 homens adultos e 8 menores, 13 mulheres adultas e 3 menores.

Landi vive nos arredores da igreja paroquial de Santana na atual rua Padre Prudêncio que, naquele tempo, era conhecida como rua do Landi.