Giuseppe Antonio Landi, o Bibiena do Equador - A Medida do Eldorado. A vida e as proezas dos emiliano-romanholos pelas Américas
 
Giuseppe Antonio LANDI o Bibiena do Equador
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Não te admirais, oh Estudioso de Arquitetura, que aos egrégios modelos dos tantos claríssimos mestres, que aqui te apresento, eu acrescentei alguns meus, porque eu o fiz, não certamente porque eu penso que seja digno de tal comparação, nem que possam ajudar-te, mas para que tu vejas, que aquela estrada, que aos outros indico, aquela é a que eu procuro, e que eu julgo a melhor. Assim, soubesse eu por ela avançar-me, mas não tendo para isso bastante força, gozarei ao ver que tu o farás, onde possa esperar-se, a mercê dos teus estudos, que a Arquitetura abrigue finalmente à antiga gloria. Vive feliz. (Dedicatória de Antonio Giuseppe Landi aos estudiosos de arquitetura em: Disegni di architettura tratti per lo più da fabbriche antiche ed intagliate da Giuseppe Landi)
 
Projetos executados em Bolonha
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A escola dos Bibiena

A arte em Bolonha, no anos Setecentos, é permeada de um classicismo tardo-barroco que associa elementos maneiristas e borronimicos, enfatizados pelo peso cenográfico das suas realizações. Contextualmente surge também uma variante local do rococó, o “barrocchetto”, caracterizado por um espírito ainda menos ortodoxo que deixa de lado a rigidez das ordens clássicas para dar espaço à livre imaginação das decorações.

A Academia Clementina, voltada ao ensinamento do desenho da arquitetura e de cenografia, torna-se o veiculo por excelência dessa linguagem, às vezes chamado de “bibienesco”, do nome dos dois irmãos Ferdinando e Francesco Bibiena, os maestros que marcam profundamente o ensino na Academia.

Um caso particular é de fato a criação, na Academia Clementina, da escola de Arquitetura que foi dirigida, desde 1719, por Ferdinando Bibiena. Junto com o irmão Francisco, serão até a morte, figuras fundamentais da vida desta instituição. O seu influxo e os seus ensinamentos formaram gerações de artistas.

A atenção que Fernando Bibiena dá à didática, segundo modalidades novas e originais, orienta decididamente o percurso dos estudos, dotando os estudantes de novos instrumentos de trabalho através de importantes obras como L’Architettura Civile preparata su la Geometria e ridotta alle Prospettive, considerazioni pratiche,ecc. , editada em Parma em 1711 e a Direzione a’ Giovani Studenti nel Disegno dell’Architettura Civile, nell’Accademia Clementina, editada em Bolonha em 1725 e republicada em 1731-32.

Para Ferdinando Bibiena é muito clara a distinção entre a figura do arquiteto e aquela de um artesão construtor: a diferença está no fato que o primeiro tem conhecimentos teóricos, matemáticos e geométricos que o consentem de projetar, enquanto o artesão executa passivamente as indicações que provém da tradição da profissão.

Segundo suas palavras, de fato “... Existem outros, os quais não têm outro estudo que a prática, somente, e seriam um Pedreiro, um Carpinteiro, um Pintor, não falando, porém daqueles que entendem verdadeiramente, mas outros similares que se encontrando de verdade numa boa prática pelo exercício contínuo, crêem, mesmo sem um desenho, poder ditar lei e instruir Construções e fazer Perspectiva teórica e Mecânica, sem as quais não se pode alcançar as razões das operações que se devem fazer, dificilmente se consegue chegar a tais matérias ao reconhecimento de uma irrepreensível perfeição”.

Ferdinando Bibiena é famoso pela sua habilidade de arquiteto construtor e pelas suas invenções prospécticas - a chamada “vista de ângulo” (ou de esquina)- aplicadas por ele e pela sua numerosa família nos palácios e, sobretudo nos teatros em toda Europa.

Os Bibiena são os protagonistas da experimentação barroca emiliana, que conjuga a quadratura com a cenografia, o classicismo com o racionalismo. Trabalham no arco de tres gerações, a partir de 1680 por cerca um século, confirmando a condição de arquitetos-cenógrafos.

O desenho se torna componente fundamental da didática da escola de arquitetura tanto que, segundo o secretário Giampietro Zanotti, se a Arquitetura construtiva não podia fazer parte da Academia, no entanto podia reentrar, com todo direito na escola de formação de “Pintores de Arquitetura em Perspectiva”.

A função didática da arquitetura se traduz assim num único componente, o desenho, enquanto a prática da construção é desenvolvida a seguir, como testemunha a longa aprendizagem de Landi, que teve ocasião de exercitá-la junto com Carlo Bibiena nos últimos anos de sua permanência em Bolonha e em Lisboa. Esta é a razão porque era conhecido como desenhador e gravador e não como arquiteto.

A Landi devemos reconhecer o mérito de ter continuado o ensinamento dos Bibiena desenvolvendo uma sua própria e original via de interpretação.

No fim dos anos Setecentos, o historiador Luigi Lanzi fixou assim a original estação dos pintores de arquitetura em Bolonha: “A gloria dos figuristas já envelhecida em Bolonha, eis que sucede, aquela dos ornamentadores e dos ‘prospécticos’, e fazem regras e produzem exemplos, que são seguidos e disputados na Itália e no mundo”.