Giuseppe Antonio Landi, o Bibiena do Equador - A Medida do Eldorado. A vida e as proezas dos emiliano-romanholos pelas Américas
 
Giuseppe Antonio LANDI o Bibiena do Equador
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Não te admirais, oh Estudioso de Arquitetura, que aos egrégios modelos dos tantos claríssimos mestres, que aqui te apresento, eu acrescentei alguns meus, porque eu o fiz, não certamente porque eu penso que seja digno de tal comparação, nem que possam ajudar-te, mas para que tu vejas, que aquela estrada, que aos outros indico, aquela é a que eu procuro, e que eu julgo a melhor. Assim, soubesse eu por ela avançar-me, mas não tendo para isso bastante força, gozarei ao ver que tu o farás, onde possa esperar-se, a mercê dos teus estudos, que a Arquitetura abrigue finalmente à antiga gloria. Vive feliz. (Dedicatória de Antonio Giuseppe Landi aos estudiosos de arquitetura em: Disegni di architettura tratti per lo più da fabbriche antiche ed intagliate da Giuseppe Landi)
 
Projetos executados em Bolonha
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A arquitetura colonial

No Brasil a arquitetura colonial compreende aquelas obras realizadas a partir do ano de sua descoberta em 1500 até a proclamação da independência em 1822. Através da patria-mãe, Portugal, os principais estilos de referência européia são importados e desenvolvidos com uma interpretação local.

Em Portugal, e conseqüentemente no Brasil, o século XVIII é caracterizado, relativamente à expressão artística e arquitetônica, por três períodos que correspondem aos reinos de três diferentes soberanos. Durante o reino de D. João V (1705-1750) predomina o “barroco triunfal”, rico de fausto, o “barroco joanino” é a expressão da influência romana do fim do século XVII; com D. José (1750-1777) se impõe o rococó de gosto francês e, a partir de 1755 ano do devastador terremoto de Lisboa, a inovadora arquitetura da reconstrução, o assim chamado “estilo pombalino” com características de protoneoclassicismo marcado pelo espírito do funcionalismo e da modernização; com D. Maria I (1777-1816) o espírito da arquitetura neoclássica internacional.

Os anos Setecentos são considerados o século da arte brasileira por excelência e um dos momentos mais estimulantes de sua história. O ouro, os diamantes e os produtos da floresta amazônica são a matéria prima do extraordinário desenvolvimento econômico. Os enormes lucros devidos a estas atividades produzem riquezas orientadas em parte à promoção e realização das novas arquiteturas funcionais ao desenvolvimento da urbanização, das propriedades urbanas e rurais, na redefinição dos espaços públicos como acontece em Belém, Salvador, Mariana e Vila Rica (hoje Ouro Preto). Predomina a expressão do barroco com um gesto criativo que se tornou mais livre pela sensibilidade dos trópicos, explicitando-se em formas criativas complexas e variegadas, ricas de superestruturas decorativas, nas quais se conjugam fortemente influencias locais e oriundas, até de matriz popular.

Sobressai nesta seção a figura de Antonio Francisco Lisboa, o grande Aleijadinho (1738-1814), o mestre dos mestres do barroco mineiro. No Brasil o barroco se projeta assim muito além dos limites europeus, chegando, próprio com o caso de Aleijadinho, até 1814, o ano de sua morte.

Sobretudo a arquitetura religiosa é condicionada pelo barroco e rococó, encontrando as áreas de máxima expressão nos centros de Salvador, Recife-Olinda e no estado de Minas Gerais nas cidades de Vila Rica, Mariana, Congonhas do Campo. O barroco joanino e pombalino se refletem -citando as mais significativas- nas experiências da igreja de São Francisco e da igreja do Rosário dos Negros em Salvador, no aparato decorativo da basílica de N. Sra. Da Conceição, N. Sra. do Pilar e de S. Francisco (do Aleijadinho) em Ouro Preto; no grande complexo arquitetônico do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo; na igreja do Carmo, na igreja da Santa Cruz dos Militares e na fachada da igreja da Candelária no Rio de Janeiro.

A igreja, em geral, monopoliza toda a arquitetura erudita, tendo como modelo aquelas das metrópoles; muitas vezes são transferidas partes inteiras de edifícios ou os materiais da construção, diretamente de Portugal.

Na arquitetura civil podemos evocar a Casa da Câmara e Cadeia de Ouro Preto e de Mariana, a Casa da Câmara de Salvador e o Palácio Imperial do Rio de Janeiro. Neste contexto se insere também a introdução gradual do neoclássico que se difunde, com expressões diversas, na costa e ao interno do país. O rigor da simetria, a sobriedade compositiva, a volumetria horizontal, as planimetrias com base quadrada, retangulares ou com planta central, representam a regra.

O seu principal autor e precursor é o arquiteto Giuseppe Antonio Landi. A cidade de Belém é o cenário das suas obras entre as quais a igreja de Santana (1760-1772) com a sua rara solução da planta central a cruz grega com cúpula, a capela de S. João Batista (1769-1772) e o Palácio dos Governadores do Grão-Pará (1768-1772).

Somente depois da transferência da familia real para o Rio de Janeiro e a chegada da missão francesa do arquiteto francês Auguste Grandjean de Montigny se impõe definitivamente o neoclássico desenvolvido pelo arquiteto José da Costa e Silva autor do Real Teatro São João (1813) feito sob o modelo do Teatro de São Carlos do qual foi autor em Lisboa em 1792.