Giuseppe Antonio Landi, o Bibiena do Equador - A Medida do Eldorado. A vida e as proezas dos emiliano-romanholos pelas Américas
 
Giuseppe Antonio LANDI o Bibiena do Equador
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Não te admirais, oh Estudioso de Arquitetura, que aos egrégios modelos dos tantos claríssimos mestres, que aqui te apresento, eu acrescentei alguns meus, porque eu o fiz, não certamente porque eu penso que seja digno de tal comparação, nem que possam ajudar-te, mas para que tu vejas, que aquela estrada, que aos outros indico, aquela é a que eu procuro, e que eu julgo a melhor. Assim, soubesse eu por ela avançar-me, mas não tendo para isso bastante força, gozarei ao ver que tu o farás, onde possa esperar-se, a mercê dos teus estudos, que a Arquitetura abrigue finalmente à antiga gloria. Vive feliz. (Dedicatória de Antonio Giuseppe Landi aos estudiosos de arquitetura em: Disegni di architettura tratti per lo più da fabbriche antiche ed intagliate da Giuseppe Landi)
 
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A fronteira amazônica

Até a reforma feita pelo Marques de Pombal na segunda metade de 1700, o território da colônia do Brasil era subdividido nas antigas circunscrições chamadas Capitanias, introduzidas no inicio do século XVI. As Capitanias são uma forma primitiva de repartição da colônia, entregue a beneficiários e homens de confiança da Coroa, hereditariamente, e são funcionais ao controle prioritário das terras situadas ao longo do extenso litoral.

Com a atuação dos Tratados de definição das fronteiras, subscritos com a Espanha, se reforça e sanciona a presença portuguesa também no interior do país, há tempos objeto de exploração e ocupação. O controle da colônia se mantém, de fato, somente através de uma política de incentivo do povoamento. A fim de promover o aumento da população foi recomendado que se emancipassem os índios do controle missionário, que fosse incentivada a emigração e o estabelecimento de casais vindos dos Açores e se estimulasse o comércio de escravos da África.

Uma carta muito significativa do Duque Silva Tarouca ao Marquês de Pombal, dizia: “Mouros, brancos, negros, mulatos ou mestiços, todos podem servir, todos são homens e todos são bons se são bem governados. Antes de tudo é a grande bacia Amazônia que deve ser protegida “... a população representa tudo, muitos milhares de léguas de deserto não servem para nada”.

A Amazônia, na documentação dos séculos XVII e XVIII, define somente uma concepção espacial, enquanto em termos legais define estados muito diferentes entre si e heterogêneos como o Maranhão e o Pará.

Geograficamente é de fato uma bacia imensa, difícil de controlar, com limites líquidos, abundantemente povoado e disseminado com vilas e populações primitivas e semiprimitivas.

A Amazônia é conquistada no início do século XVII com a fundação, em 1616, da cidade de Belém do Pará, próxima a foz do rio Amazonas, representando assim o centro propulsor fundamental para a expansão e dominação portuguesa de toda aquela bacia.

A ocupação portuguesa se faz através de agentes múltiplos: a lógica militar de controle e defesa do território, aquelas econômicas com a pesquisa das drogas na floresta e a mão de obra indígena, atividades religiosas feitas, em particular, pelas missões dos jesuítas.

Um decisivo desenvolvimento dessa posse se manifesta no contexto mais amplo das reformas feitas pelo Marques de Pombal na região: a constituição da Companhia Geral do Comércio do Grão Pará e do Maranhão e a abolição da escravidão indígena em 1755, com o objetivo de liberar mão de obra local para formar sujeitos políticos hábeis à posse de pontos estratégicos do imenso território coberto pela floresta tropical, a introdução de escravos africanos, e enfim a extinção do poder temporal dos missionários nas vilas e aldeias indígenas.

O papel da Companhia Geral de Comércio do Grão Pará e Maranhão se revelou fundamental, pois lhe é reservado o direito exclusivo do comércio e da navegação com Portugal, África e as capitanias da Amazônia, por um período de 20 anos. A concessão de proteção e privilégios especiais lhe permite de competir de modo mais eficaz, no comércio colonial, com os comerciantes britânicos e com jesuítas cujas atividades eram vistas como concorrência desleal pelos empresários brasileiros e portugueses. A imposição do controle estatal dos monopólios permite a proteção da nascente indústria e o comércio nacional.

Da economia de coleta de drogas na floresta se passa a uma economia de desenvolvimento da agricultura com o inicio do cultivo - entre outras de cacau, a cana de açúcar, o tabaco, o algodão - e a introdução da criação de gado, diferenciando o território pelas próprias específicas produtividades.
Em 1758 existem 36 novas aldeias e vilas nos atuais estados do Pará, Mato Grosso, Goiás, Amazonas, Roraima e Rondônia, mesmo se através da secularização administrativa de grande parte das comunidades missionárias.

A reforma urbanística incide também sobre as cidades como a de Belém que, em 1751, adota uma “Planta da praça da cidade de Belém” com o objetivo de estabelecer as áreas para a construção de novos edifícios públicos propostos pelo governo português. Desenhos da época mostram como a reforma levou em consideração os locais habitados mais antigos para imprimir um caráter novo e mais próximo aquele europeu com a regularidade dos traçados das ruas e o controle das características arquitetônicas das construções.

Esta imensa atividade urbanística, que interessa a todos os níveis de populamento da área, leva também a abolição das denominações indígenas originais adotando toponímicos correspondentes aqueles das vilas e cidades de Portugal.